Não a repreendi
por estar alí
com este olhar rarefeito
seu vício maior
Era só de fumaça
não tinha nenhum contraponto melhor
Fez silhueta de fogo
brincou de desenho no ar
Saiu em contornos desfeitos
com muitos defeitos
que não vai contar
distraída que está
entre a sombra e o chão
Num sopro
só mesmo veneno e dispersão
quarta-feira, janeiro 27, 2010
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Ficando à margem
Assim mesmo, acompanhando este olhar
Sentindo outra água corrente debaixo dos pés
Na cena do mar, onde peixes navegam sem ter onde ir
Perdendo a coragem de ver onde é fundo demais
Não soube nadar
Saiu feito ave pernalta, buscando atenção
Tentando com as mãos equilíbrio
Tentando nos passos fazer o barulho menor
Ninguém saberia de nada o melhor
Apenas o artista e o céu
_______________________
Gosto que enrosco (Time after time)
Sentindo outra água corrente debaixo dos pés
Na cena do mar, onde peixes navegam sem ter onde ir
Perdendo a coragem de ver onde é fundo demais
Não soube nadar
Saiu feito ave pernalta, buscando atenção
Tentando com as mãos equilíbrio
Tentando nos passos fazer o barulho menor
Ninguém saberia de nada o melhor
Apenas o artista e o céu
_______________________
Gosto que enrosco (Time after time)
sábado, janeiro 09, 2010
de lua e de sol
Ah!... se este pedacinho de lua contasse, quantos olhares recebeu, quantos diários ajudou a escrever, à noite.
Este pedacinho de lua, calçado na escuridão, teria uma série de pedidos vagos,
de orações interrompidas pela vontade de ouvir à Deus.
Enquanto esperava resposta, ouvia rumores de sono, daqueles que dormiam sem perdão.
"Tudo por causa da lua"
Não havia muita nitidez na rua. Ele saiu à floresta sem recurso largo, tinha sapato nos pés e busca, apenas.
Encontrou sereno, lua, estrela e guia, a força incontrolável do seu amanhã. Depois abriu ao sol segredo, sua contrição mais dura de encarar.
O sol, abrigo inteiro para a luz, não quis deixá-lo alí, parado em seus porquês.
Ofereceu sua alegria, devagar, raiando aos poucos, com neblina e pouca nitidez.
Depois deixou ao homem sua própria vez, de despertar.
"Considerações à luz do sol"
sexta-feira, janeiro 08, 2010
Programa em ação
Vestido de noite
justo
injusta hora
Quando não, a pouca voz
sentença
condenando tudo ao nada inteiro
Passe para cá, meu luxo
Ordene seus papéis, seus casos
Tanto faz se não penei
agora é lucro
justo
injusta hora
Quando não, a pouca voz
sentença
condenando tudo ao nada inteiro
Passe para cá, meu luxo
Ordene seus papéis, seus casos
Tanto faz se não penei
agora é lucro
quarta-feira, janeiro 06, 2010
Última prova
Num último dia de ano
você me deu corda,
panos,
e pregas no olhar.
No último minuto,
você me deu branco:
o que falar?...
No último,
você me deu o primeiro lugar.
No, não! digo: nó,
eu acabei tudo.
você me deu corda,
panos,
e pregas no olhar.
No último minuto,
você me deu branco:
o que falar?...
No último,
você me deu o primeiro lugar.
No, não! digo: nó,
eu acabei tudo.
sábado, janeiro 02, 2010
Percurso ou O surto dos saltos
Escrever pequeno,
sobre o salto grande,
sob o seu sapato alto,
sobre o asfalto,
que pisou.
Escrever sem tino,
sobre o salto fino,
em grande estilo,
quando olhar do alto,
todo asfalto,
que pisou.
Poesia, sem remédio!
Os poetas não têm razão.
Poeta é só coração, generoso.
Reparte de si sem qualquer miséria.
E reparte do mundo,
tudo que alcança sem querer.
Tudo que irrompe na sua janela.
Toda matéria ou volição.
Ainda que o tempo reaja com velhas manias,
que o tempo é um doente sem cura,
a poesia é milagre sim, pra qualquer devoção.
Poeta é só coração, generoso.
Reparte de si sem qualquer miséria.
E reparte do mundo,
tudo que alcança sem querer.
Tudo que irrompe na sua janela.
Toda matéria ou volição.
Ainda que o tempo reaja com velhas manias,
que o tempo é um doente sem cura,
a poesia é milagre sim, pra qualquer devoção.
Com posição na areia
Estou olhando ao avesso
as coisas do medo e tudo mais
Quero que a dança se farte em mil tratos de mim
Um anel, uma taça, uma saia de fita e cetim
O balé terminava na areia, no início do mar
E de lá, saía embalado nas ondas
deixando o que tinha na ponta dos pés
as coisas do medo e tudo mais
Quero que a dança se farte em mil tratos de mim
Um anel, uma taça, uma saia de fita e cetim
O balé terminava na areia, no início do mar
E de lá, saía embalado nas ondas
deixando o que tinha na ponta dos pés
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