quarta-feira, março 28, 2012

E-terno voto

No sono se acalentam, sem prazo, os sentidos que sonham
                      somar-se em colo de mãe.

domingo, março 25, 2012

Sentidos

Seus passos no silêncio, e às cegas,
toda falta de olhar
'No princípio era o verbo', em todo lugar
E a busca, enfeitada de sol
Agora a tortura dos tempos letais
Essa falta de ar, seus mistérios
Mania de vida era o mar, seu azul, sua cor de manhã
Brincou de escutar sua música, sua concha de ais, suas voltas
Que alí, o menino que a tudo esperava, jamais se cansou

quarta-feira, março 14, 2012

Degráus


Os passos que ela daria
Quantas vezes sonhados
Salto afinado pelo barulho dos seus pés
Cada qual no silêncio, tentando ser, um chamado
Nenhum atendendo sem razão
Mas, o coração apressado, contando a verdade
Amor, que saudade!...
Não tinha certeza de ouvir

quarta-feira, março 07, 2012

Essas formas servis,

arredondadas

Essas sombras inexatas,

contrações

Toda mensagem escondida na luz

O que seduz, aplaca

É assim, com cada um

A certeza do amor estendido nas mãos

"O poema"

de Rosângela Monnerat

sábado, março 03, 2012

Questão



Por que mulheres erguem os braços assim
e se escrevem em marfim, pelos cantos do quarto?
           Por que se  mostram assim
                destinos aos dedos
                      contornos aos lábios
                                afagos às mãos?

Mulheres não respondem logo
Olham sorrindo sem falar
Sustentam o fetiche  das unhas carmim e se pronunciam, na nudez açucarada pela doce imprecisão
Depois,  por amor adormecem, antes da própria vez
Por amor, talvez
Por amor...                        

quinta-feira, março 01, 2012

Cerração





O território se mostrava aos poucos,
sem ruídos
Uma estrada a molhar-se
como se fosse ao sereno, serena, sua lágrima
O sentido do escuro espiando seus medos, banidos de sol
Olhares perdidos, à penumbra, rastejam ainda, em busca de mãos
Boca macia sem tato, onde o céu é tocado, sem nuvens, sem prazo
É verão nos telhados, diria a coruja, no seu patamar de lua, espantosa 
Tudo é cenário, fuga de um dia, fome de sol
A flor bebe em seus motivos, e nem sabe
A dor cede aos seus princípios, e nem arde
Mas é terreno, sim...
todo amor é daqui