sexta-feira, maio 24, 2013

Intenção







Estarei lá...
          Viagem do pouco, quase...
                              Transporte do outro, a passagem...  
                                Nunca mais...
                                                     Essa mensagem que vigora no amanhã...

domingo, maio 12, 2013

As Sempre-Vivas

 
 
 
 
 
 
A qualquer hora, com um jeito de sempre
Mãe é presente que não demora
Para a nossa saudade
Sem fim

quarta-feira, maio 08, 2013

Mixórdia



Não repare. A poesia é de trás pra diante. Não tem régua, nem compasso. Não tem esquadro, nem transferidor. Não é matemática. Não é exata. Não tem desenho, nem formato. A poesia é desato de mim. Poesia, enfim. Antes que comece outra, no corredor. Corre dor! A poesia proclama o amor. Ele é que não sabe! Atendeu tão prontamente que não percebeu. Caminhou. Saiu à porta. Resfriou-se ao vento. E o vento o levou. Virou folha. A chuva molhou a página. A história virou enxurrada. Calamidade pública. Todo mundo ajudou. A poesia não sabia mais onde estava. Ficou abrigada, mas sem roupa, sem casa, sem senhor. Quando voltou à lucidez, a poesia perdeu-se. Havia muito aos cuidados dos outros. Identidade afetiva, abrigo de menino, colo de mãe. Mas tudo faltava. Poesia que não tem tamanho. Que bom! Poesia que cresce e aparece demais. Então, não é de verdade. A poesia não cabe nas mãos. É conto de fadas. Sininho. Um brilho de estrela. É cometa. Cometendo erros. Poesia é disfarce de Prometeu. O caminho quem sabe não é meu?  O João tem as pedras, migalhas, sei lá! Poesia é a casa que o lobo tentou, mas não derrubou. É a princesa que o príncipe arrebata. Poesia é despertada... pelo beijo, pela imagem de alguém! Poesia é amor, é paixão, é uma poção mágica de sorvete e chocolate -  provoca derretimento no olhar. Poesia é a lambida nos beiços. Escorrega, pinga, lambuza o sujeito - de amor. Poesia despenteia, cega os olhos, despe o ventre, cede ao sol. Poesia então não é de João, nem de José, e nem é do cara. "Esse cara sou eu..." Poesia tem topete, sim, mas é sem rosto. Um mistério do lado de lá. Vem pra cá! Que poesia eu achei, na tarde.