Encolho-me, frente ao portão
Respondo ao medo
Quis o mar alí, regato no desvão
Risco na passagem, veto em corredor
Quantas vezes lí seu tédio, ronda sem pontuação
Mais adiante, em resto de calor, seus pés no sal
Torturado, meu olhar repousa, ave em céu azul
Sua cor dourada, seu papel, meu sopro
Longe vão meus olhos, fatos regam a provisão
A mentira não sustenta o corpo, isso, é ilusão...
*ilustração: aquarela de Nana Mouskouri
*ilustração: aquarela de Nana Mouskouri