Supuração
" Sentia muito, tudo, e sempre afinal.
Não entendia nada além da pele,
dos ossos, do corredor vermelho, aprisionado em calor.
Percebia os ausentes, sem paixão, em presença estéril, condenados a si.
Repartia palavras, como pão, em milagre da multiplicação.
Cansava seus dons fatigando emoções com velhos pesos fundidos em dor.
Não sabia amar, concluiu.
Ou todos os próximos estariam longe.
O que sua alma nunca pode admitir."
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