sábado, agosto 14, 2010

uma lenda de verdade



                     


Petrificada, nada, nada, pesa


É pouco chegada ao solo, nuvem descoberta,


chuva sem parar


Seu corredor de raios, que o partam, pelo meio, um dia


Santa correlata, sua sede, sabe gota a gota, o céu


Não segura o sol, estrela cai de noite, cai, sereno


Bate em retirada, a madrugada, dói, se dói


Não relata nenhum tempo, vendaval levou, verão corrói


Volta e meia a dor, a cor, resulta azul





                             


Conta a serenata que apareceu o par da lua, o sol


Diz-se que o par não tinha encontro, se perdiam, se morria um


Em vão nascia o outro, em destino roto, de semblante só


Quando por detrás do vento, em sopro de um momento, some a palidez da hora


O sol querendo a lua, declarou-se forte e mais que amor


A lua, derretendo o frio, dispersando a nuvem, fez o sim, em chão de estrelas


Pode então a noite repartir-se em dois


Diz-se que no tempo, qual crepúsculo, o sol deixou à lua sua luz

seu brilho e seu calor


Pra sempre

 
de Rosângela Monnerat

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