Petrificada, nada, nada, pesa
É pouco chegada ao solo, nuvem descoberta,
chuva sem parar
Seu corredor de raios, que o partam, pelo meio, um dia
Santa correlata, sua sede, sabe gota a gota, o céu
Não segura o sol, estrela cai de noite, cai, sereno
Bate em retirada, a madrugada, dói, se dói
Não relata nenhum tempo, vendaval levou, verão corrói
Volta e meia a dor, a cor, resulta azul
Conta a serenata que apareceu o par da lua, o sol
Diz-se que o par não tinha encontro, se perdiam, se morria um
Em vão nascia o outro, em destino roto, de semblante só
Quando por detrás do vento, em sopro de um momento, some a palidez da hora
O sol querendo a lua, declarou-se forte e mais que amor
A lua, derretendo o frio, dispersando a nuvem, fez o sim, em chão de estrelas
Pode então a noite repartir-se em dois
Diz-se que no tempo, qual crepúsculo, o sol deixou à lua sua luz
seu brilho e seu calor
Pra sempre
de Rosângela Monnerat
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