Eles sempre começaram bem.
Suaves nos melindres, se tocavam com cinco motivos, de cada mão.
Na hora da sorte, sorriam a dois, como parceiros.
No azar, praguejavam, algum ajeitando um suspiro de dó.
Dividiam o mesmo olhar, com malícia, na curta carícia do sol.
Na chuva, se uniam em compasso ligeiro, com a mesma sombrinha emprestada, sempre inclinada pro lado menor.
Nenhum dos dois queria supor a mudança dos tempos.
Ah!... esse tempo plural...às vezes, bem mal aplicado...
A vida, na casa do outro, invadida a sinais.
O beijo sem função. A chave sem volta.
O trinco sem macho e fêmea.
E ainda, na tranquilidade sem trema, a trama sem pontuação...
Rodeando o sentido ferido de cada palavra, o silêncio
- esse autor do implacável pedido - de separação...
(...dedicado a cada um, aprendiz e mestre, na difícil arte de separar-se...)
Blood of Eden
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