Esta é minha arma.
Mãos ao alto!
Rendo-me ao calor.
Vim para tirar do sério o seu rubor, de raiva.
Vim com a minha dança, unhas feitas, e meus arranhões.
Sou um tango que lancei, logo depois da valsa.
Fui apenas salsa ou merengue, pra chegar.
Se quiser sapatear daí, pra cá, não ligo.
Toco castanholas, meu querido, não violino.
___________________________________________________
*Lembrando Al Pacino, em cena inesquecível que lhe valeu premiação.
"Perfume de Mulher", vale rever, bom demais!
http://www.youtube.com/watch?v=dBHhSVJ_S6A
domingo, dezembro 27, 2009
terça-feira, dezembro 15, 2009
uso tópico
Então,
a sedução me olha.
Não demora eu me rendo.
Não me apresse ou me deixo levar.
Não me interrogue onde não sei.
A moça que me fita tem o que homem precisa.
Eu só tenho esta mania: escrever sem precisão
e fazer de conta toda vida a sós.
domingo, dezembro 13, 2009
Apresentação
Tenho quinze minutos, apenas.
Vou desfilar, então.
Não olhe para as minhas pernas, finas, nem para o resto, que tudo é modesto demais.
Olhe para os peixes, mas não para o meu olhar.
Fico envergonhada, só de pensar...
Agora, que dei uma volta, olhe para cima,
e veja se desce a cortina para mim.
Que só depois eu abro, e deixo alí no espelho,
o meu cartão.
outra flor, de memória
Esta brotou da memória da flor de açafrão
Caiu da tela, madura, com urdidura de mel
Não gosto de sair da sequência sem encher-me de cor
Gosto do amor, no sentido da lida e com belo final
Tenho mesmo dez dedos nas mãos
Consigo dedilhar o texto com muitos segredos
Conto dois lados. Escondo o avesso
Brinco com o fecho das horas
A minha melhor espessura é a própria palavra
É tão lisa a brancura
É tão rija a pergunta
Então, é mais leve, e mais tenra a vontade
Não há curva, nem seta, nem ponto nenhum
Na palavra só vejo brandura, contornos
Um toque macio que cede na seda
Sedução
Palavra pequena, sensata, sozinha,
num único botão
Caiu da tela, madura, com urdidura de mel
Não gosto de sair da sequência sem encher-me de cor
Gosto do amor, no sentido da lida e com belo final
Tenho mesmo dez dedos nas mãos
Consigo dedilhar o texto com muitos segredos
Conto dois lados. Escondo o avesso
Brinco com o fecho das horas
A minha melhor espessura é a própria palavra
É tão lisa a brancura
É tão rija a pergunta
Então, é mais leve, e mais tenra a vontade
Não há curva, nem seta, nem ponto nenhum
Na palavra só vejo brandura, contornos
Um toque macio que cede na seda
Sedução
Palavra pequena, sensata, sozinha,
num único botão
sábado, dezembro 12, 2009
aflorando
Então, eu vou contar daquela flor
Ela se rendeu à melodia, e dançou
Dançou enquanto teve pés e paz
Floriu, enquanto teve pétalas, e mais...
Deixou perfume enquanto teve cor
Não se conteve, enquanto teve sol e ar
Esteve nos anseios, enquanto teve amor
Deixou-se em minhas mãos enquanto dispersava
o meu olhar perdido, repartido em pétala, resumido em bem me quer
terça-feira, dezembro 08, 2009
de pressão abaixo
Quase não se crê, pastel.
Tem a cor do que não viu, o sol.
Tem certeza que deixou copos de leite em algum lugar.
Mas, não quer beber. Não quer comer. E nem querer.
A sua palidez é de uma fina flor, não sabe qual.
Tentou colírio. Tentou suicídio. E tenta se importar.
domingo, dezembro 06, 2009
Jane lá
Abri uma janela, e lá estava ela, de sutiã.
Vi no seu perfil, a mão, em gesto casual.
Ela nem sabia que eu via além, e nem me via por sinal.
Colocava dedos em seu vício.
Colocava medo em meu olhar.
Sustentava o brilho do batom,
e um tom na pele,
como ardil, ardor.
Saí da tal janela,
e dispensei seu colo.
Por muito pouco desisti
e ví além.
Vi no seu perfil, a mão, em gesto casual.
Ela nem sabia que eu via além, e nem me via por sinal.
Colocava dedos em seu vício.
Colocava medo em meu olhar.
Sustentava o brilho do batom,
e um tom na pele,
como ardil, ardor.
Saí da tal janela,
e dispensei seu colo.
Por muito pouco desisti
e ví além.
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