domingo, dezembro 13, 2009

outra flor, de memória

Esta brotou da memória da flor de açafrão


Caiu da tela, madura, com urdidura de mel


Não gosto de sair da sequência sem encher-me de cor


Gosto do amor, no sentido da lida e com belo final


Tenho mesmo dez dedos nas mãos


Consigo dedilhar o texto com muitos segredos


Conto dois lados. Escondo o avesso


Brinco com o fecho das horas


A minha melhor espessura é a própria palavra


É tão lisa a brancura


É tão rija a pergunta


Então, é mais leve, e mais tenra a vontade


Não há curva, nem seta, nem ponto nenhum


Na palavra só vejo brandura, contornos


Um toque macio que cede na seda

Sedução


Palavra pequena, sensata, sozinha,


num único botão

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