Busquei um lugar aberto, fechado, não me encontrei
Saí porque não queria pouco
Perambulei pelo mato, nos caminhos sem dono, de lugares sem traço
Encontrei um recado de vida
Aquelas coisas benditas sem nome comum
Um arbusto com jeito de sempre
Um ruído com som de relíquia
Uma brisa mais rica que o sol
Perguntei a mim mesmo sem palavras, cem coisas que nunca diria
Acordei mil silêncios
Dormi mil fadigas
Não tive uma gota sequer de suor
Apenas andei, procurei o caminho sem fim
E assim descobri o segredo do tempo mais livre
A raiz do problema persiste onde brota solução
sábado, outubro 29, 2011
domingo, outubro 23, 2011
Epicus
O caminho estreito encontrou-se como devia.
Largo sem saber.
De pouco valia se contado a dois.
Toda curva encontrava um meio, de se por fim.
Não contava a saudade dos muros, das subidas pelas paredes. Eram jograis. Toda tarde, um crepúsculo. Todo ósculo, um murmúrio passado.
A casa de número onze.
Ímpar.
Seu portão de entrada, a saída.
Toda rua tem.
Toda vida.
sexta-feira, outubro 21, 2011
Na estrada de cada um
Se fosse depressa, arranharia o céu
Se fosse devagar demais, tropeçaria nas idéias mais comuns, mais banais
Então resolveu que iria por sobre as marcas dos outros, as pegadas
No meio da madrugada, um clarão de insônia
No meio-dia, uma figa, o prato levado com as mãos, a falta de peso e de culpa
No início da tarde, a mentira do mês, uma só
Perdia o freguês a mulher da merenda
Perdia o boleto o menino da porta que girou
Perdia o horário aquele funcionário padrão
Eram perdas iguais todo dia
Ninguém a saber
Apenas cada um a cuidar de ser "o que Deus quiser..."
Não!
Santo Inácio diria.
"Pare de esperar em Deus como se tudo dependesse dele.
Faz, como se tudo dependesse apenas de você!"
E aqueles passos foram ouvidos como se contassem todas as vidas passadas por alí.
quinta-feira, outubro 20, 2011
Pertinente
Ela deitou-se porque já podia adormecer.
Seu corpo gemia mal. Era um suspiro em perdão, um sopro, porção reprimida do afago.
Seu tecido sentia arrepios, rasgos de suas próprias mãos.
Era a pele do chão, a passagem do tempo, as marés.
Atrasava o relógio, apressava o retiro, atirava sentidos no breu.
Era seu segredo o refrão do relógio carrilhão.
Batia mais lento, mais dentro, mais forte.
Logo seria memória perdida naquela impressão.
O desenho era mar. Mar era medo. Medo era morte.
Tudo era sonho. Pesadelo.
Mergulho em lençóis.
quarta-feira, outubro 19, 2011
sexta-feira, outubro 14, 2011
Roçando de cá pra lá
Deixa-me ao lado, à janela
Quero rever a primavera bordada no olhar
Tenho saudade do pão, da broinha de fubá
Do gosto do amor de ocasião
Só de pensar no seu cheiro senti-me um braseiro
Ai delícia que me dá...
quinta-feira, outubro 13, 2011
À volta, tudo são flores
Sorri, porque havia tempo para isso
nenhum atoleiro na entrada
Sorri, como a flor que se multiplicava
vivendo a acolhida na sede do olhar
Não parei para ver se a chave ainda estava no mesmo lugar não parei pra pensar
O sol me seguia de perto e das mãos escorria o suor da espera sem portão
Meu amor era da cor que ocorria sem medo por alí
A voz só pedia segredo
Os dedos não queriam corrimão
Pés descalços viveram os degráus como o silêncio a garantir surpresa
E a cada segundo fui chegando, sem prazos de encontro marcado com você
nenhum atoleiro na entrada
Sorri, como a flor que se multiplicava
vivendo a acolhida na sede do olhar
Não parei para ver se a chave ainda estava no mesmo lugar não parei pra pensar
O sol me seguia de perto e das mãos escorria o suor da espera sem portão
Meu amor era da cor que ocorria sem medo por alí
A voz só pedia segredo
Os dedos não queriam corrimão
Pés descalços viveram os degráus como o silêncio a garantir surpresa
E a cada segundo fui chegando, sem prazos de encontro marcado com você
domingo, outubro 09, 2011
Mandala
dessa não falo, resvalo na sede
parece que o encanto todo se arredondou
assim como a palavra rola pela sebe e o carneiro ronda a tradução
um velho se encosta à cauda
um sol se esquenta ao torno
a paz se expressa aos poucos, em pastagem
a imagem me rasura a lágrima
o tempo me enclausura a fala
e a calma me enrosca em vício de escrever
dessa não falo, resvalo na sede
parece que o encanto todo se arredondou
assim como a palavra rola pela sebe e o carneiro ronda a tradução
um velho se encosta à cauda
um sol se esquenta ao torno
a paz se expressa aos poucos, em pastagem
a imagem me rasura a lágrima
o tempo me enclausura a fala
e a calma me enrosca em vício de escrever
sexta-feira, outubro 07, 2011
Assinar:
Postagens (Atom)