sexta-feira, outubro 21, 2011

Na estrada de cada um

Não sabia onde pôr os pés
Se fosse depressa, arranharia o céu
Se fosse devagar demais, tropeçaria nas idéias mais comuns, mais banais
Então resolveu que iria por sobre as marcas dos outros, as pegadas
No meio da madrugada, um clarão de insônia
No meio-dia, uma figa, o prato levado com as mãos, a falta de peso e de culpa
No início da tarde, a mentira do mês, uma só
Perdia o freguês a mulher da merenda
Perdia o boleto o menino da porta que girou
Perdia o horário aquele funcionário padrão
Eram perdas iguais todo dia
Ninguém a saber
Apenas cada um a cuidar de ser "o que Deus quiser..."
Não!
Santo Inácio diria.
"Pare de esperar em Deus como se tudo dependesse dele.
Faz, como se tudo dependesse apenas de você!"
E aqueles passos foram ouvidos como se contassem todas as vidas passadas por alí.



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