quinta-feira, outubro 20, 2011

Pertinente

Ela deitou-se porque já podia adormecer.
Seu corpo gemia mal. Era um suspiro em perdão, um sopro, porção reprimida do afago.
Seu tecido sentia arrepios, rasgos de suas próprias mãos.
Era a pele do chão, a passagem do tempo, as marés.
Atrasava o relógio, apressava o retiro, atirava sentidos no breu.
Era seu segredo o refrão do relógio carrilhão.
Batia mais lento, mais dentro, mais forte.
Logo seria memória perdida naquela impressão.
O desenho era mar. Mar era medo. Medo era morte.
Tudo era sonho. Pesadelo.
Mergulho em lençóis.

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