sábado, outubro 03, 2009

Cresce uma estrela






Elas começam cedo







Parecem perder o medo sem pressa






Saem do armário da mãe, com tudo






Trazem perfume, batom






Escondem a certeza dos olhos com óculos de sol






Colocam nos dedos anéis, e nos braços argolas e bolsas






Se fingem de moça tão cedo que enganam seus pais






Não querem segredo, mas querem respeito e direitos






Ah! direitos demais...






As muitas meninas, no rastro de estrelas






Esta, Ana Clara, brilhando de sobrinha neta






A primeira a despontar






















" Ana Clara foi às compras"


6 comentários:

  1. Universo de Marias, nome forte que nos transmite força, fé, serenidade, de absoluta expressão, como vc mesma o disse. Nele encontramos o perfil de muitas Anas, Marlenes, Adrianas, Célias e mtas outras que te seguirão através do que nos é proporcionado em meio às suas poesias. Parabéns Ro e que continues a nos oferecer estes momentos de reflexão e contentamento. Bjs

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  2. Obrigada, minha irmã!
    Somos Marias mesmo, e claras como quem chama pelo nome de mulher, a mãe.
    Esta senhora que nos tinge de vermelho o coração,
    de amor e raiva, de dor e riso, de calor e juizo,
    a vida e a nossa história escrita à muitas mãos.
    Nossa mãe, de onde estiver, dirá:
    Que Maria foi, na lida.
    Que Maria está, no céu.
    Que Maria ninguém vai negar.
    É mulher. É mãe.
    Dona Darcy tinha poesia também.
    Quando fazia das tripas coração,
    pra nos fazer bonitas, bem vestidas,
    e costurava à mão nossas roupas,
    e fazia nos braços nossos filhos dormirem, enquanto os ninava com velhas canções.
    Poesia não dorme cedo, levanta cedo.
    Poesia é sol, com segredo,
    é noite com medo de não acordar.

    Beijo! Obrigada mesmo! ADOREI!!!
    Fiz poesia com a sua inspiração!

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  3. Belíssima poesia Rosângela, eu, Maria ainda em formação, espio encantada essa beleza mágica do ser-mãe. "Poesia não dorme cedo, levanta cedo": há muito nessa frase aí, gostei muito! Parabéns! Um grande beijo!

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  4. Sempre me surpreendendo, grande Renata!
    Vejo nas entrelinhas os seus pequenos nós, delicados arremates feitos à mão.
    Alinhada a moça! Cheia de avessos revestidos de mãe.

    Obrigada pelo lindo comentário! É bem seu.
    Beijo!

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  5. Belo título, belo poema, como bela Ana Clara sua inspiradora. Fiel descrição de uma menina, como nós há anos atrás, com todos os seus sonhos e trejeitos de menina mulher no despertar do mundo. Essa é a grande "vitória" da família. A mais nova estrela,abençoada e querida por todos. Beijos prá você Ro!

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  6. Então...é assim.
    A gente vê um brilho alí, uma faisquinha lá, uma aparição na tarde, outra no canto da lua, e às vezes um risco no céu.
    Mas, estrela é sempre estrela.
    Nem que caia, se perde do olhar.

    Obrigadíssima Mara! ADOREI! Bj!

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