Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
e um bocejo do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
não posso escrever quando acordo de noite,
não posso pensar quando acordo de noite.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
e um bocejo do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
não posso escrever quando acordo de noite,
não posso pensar quando acordo de noite.
- Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
(...)
"Insônia" de Álvaro de Campos
Álvaro de Campos
seu heterônimo
seu outro ânimo
Fernando Pessoa
sua outra face
Por toda messe
se prece
eu rezava
seu heterônimo
seu outro ânimo
Fernando Pessoa
sua outra face
Por toda messe
se prece
eu rezava
Porque dele, insônia
Porque minha, espera de mais,
sempre mais...
Rosângela Monnerat
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
ResponderExcluirAh, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Que fujo de mim sem saber quem sou....
Beijos
Ani
Somos muitos, Ani, somos muitos...
ResponderExcluirEntre arrependidos e fujões, cansados de si e foliões,poetas e apaixonados, ou toda sorte de mal assombrados.
No mínimo, somos muitos assim...
Mas igual é a nossa pressa de sabermos qual(nos)sobreviverá a tantos!
Bj pra vc também!
Legal que tenha deixado recado. Adoro encontrá-los por aqui!